quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Texto para equipe: Vibes 2ª série

Via Láctea
Olavo Bilac

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto ...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

1. O poema apresenta estrutura de diálogo. Quem são os interlocutores? Que tipo de postura cada um evidencia?

2. O poeta trabalhou tanto o discurso direto como o discurso indireto. Dê um exemplo de cada e identifique o dono da fala reproduzida.


3. O interlocutor é um adepto do racionalismo. Aponte, na seleção vocabular da fala do interlocutor, indicadores dessa postura.

4. Enjambement ou encadeamento é um recurso muito utilizado na construção do texto parnasiano (consiste em por no verso seguinte uma ou mais palavras que completem o sentido do verso anterior). Aponte uma passagem em que Bilac faz uso desse recurso.

5. Considera-se rima pobre aquela que é feita entre palavras da mesma categoria gramatical, notadamente as que apresentam os mesmos sufixos ou terminações verbais. Rima rica é a rima entre palavras de categorias gramaticais diferentes, sem auxílio de sufixos. Quando a rima resulta de uma combinação muito especial, diz-se que é rica e rara. Aponte um exemplo de rima rica e rara no soneto de Bilac.

6. Embora os poetas parnasianos sejam considerados “impassíveis”, objetivos, declaradamente anti-românticos, observam-se na poética de Olavo Bilac certos traços do Romantismo. O próprio poeta afirmou: “Aos chamados poetas parnasianos também se deu outro nome: ‘impassíveis’. Quem pode conceber um poeta que não seja suscetível de padecimento? Ninguém e nada é impassível: nem sei se as pedras podem viver sem alma. Uma estátua, quando é verdadeiramente bela, tem sangue e nervos”.
Comprove essas afirmações a partir de elementos presentes no soneto “Ora (direis) ouvir estrelas”.

Extraído de:
NICOLA, José de. Português: ensino médio, volume 2. São Paulo: Scipione, 2005.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. CORRIGINDO !!
    1.O autor e o amigo.O autor é um romantico que conversa com as estrelas e diz que elas as entende e lhe fazem companhia .O amigo nao o entende.
    2.Direto:"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
    Perdeste o senso!" (amigo)
    Indireto:E conversamos toda a noite(...) (narrador)
    3." Direis agora: "Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizem, quando estão contigo?"
    4."A via láctea, como um pálio aberto,
    Cintila"
    5."Direis agora: "Tresloucado amigo!
    Que conversas com elas? Que sentido
    Tem o que dizem, quando estão contigo?"
    6."Amai para entendê-las!
    Pois só quem ama pode ter ouvido
    Capaz de ouvir e de entender estrelas."

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Quem sou eu

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Formada no curso técnico de Auxiliar de Escritório no ano de 1996, no Centro Educacional Deocleciano Barbosa de Castro, graduada no curso de Licenciatura em Letras com habilitação para o ensino de Língua Inglesa, Língua Portuguesa e suas Literaturas, na Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Campus IV no ano de 2004, pós graduanda em Metodologias de Ensino da Língua Portuguesa, pela Universidade Gama Filho. Trabalho como professora há 10 anos, tendo iniciado minha carreira na Prefeitura Municipal de Quixabeira, como professora de Inglês no Ensino Fundamental. Nos anos de 2005 e 2006 trabalhei como professora substituta na Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim, com a disciplina Inglês para o Ensino Médio. Em 2007, tendo sido aprovada no concurso para professores do Estado da Bahia, assumi a cadeira de professora de Língua Inglesa no Colégio Estadual Roberto Santos, onde hoje atuo também como vice-diretora. Assumi a disciplina Literatura no Colégio Presbiteriano Augusto Galvão, em fevereiro de 2009, e pretendo abrir as janelas desta incrível arte a todos que por ela se interessem.