quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Texto para equipe: The Itinga's boys 1ª série

Texto I
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como, e dói não sei porquê.

Texto II
«Porém já cinco Sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca d' outrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando ũa noute, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Ũa nuvem que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece.

«Tão temerosa vinha e carregada,
Que pôs nos corações um grande medo;
Bramindo, o negro mar de longe brada,
Como se desse em vão nalgum rochedo.
– «Ó Potestade (disse) sublimada:
Que ameaço divino ou que segredo
Este clima e este mar nos apresenta,
Que mor cousa parece que tormenta?»

«Não acabava, quando ũa figura
Se nos mostra no ar, robusta e válida,
De disforme e grandíssima estatura;
O rosto carregado, a barba esquálida,
Os olhos encovados, e a postura
Medonha e má e a cor terrena e pálida;
Cheios de terra e crespos os cabelos,
A boca negra, os dentes amarelos.

«Tão grande era de membros, que bem posso
Certificar-te que este era o segundo
De Rodes estranhíssimo Colosso,
Que um dos sete milagres foi do mundo.
Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso,
Que pareceu sair do mar profundo.
Arrepiam-se as carnes e o cabelo,
A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

«E disse: – «Ó gente ousada, mais que quantas
No mundo cometeram grandes cousas,
Tu, que por guerras cruas, tais e tantas,
E por trabalhos vãos nunca repousas,
Pois os vedados términos quebrantas
E navegar meus longos mares ousas,
Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho,
Nunca arados d' estranho ou próprio lenho;
[...]
«Aqui espero tomar, se não me engano,
De quem me descobriu suma vingança;
E não se acabará só nisto o dano
De vossa pertinace confiança:
Antes, em vossas naus vereis, cada ano,
Se é verdade o que meu juízo alcança,
Naufrágios, perdições de toda sorte,
Que o menor mal de todos seja a morte!

1. Na segunda estrofe do texto I, o eu lírico afirma não temer os perigos do mar. No entanto, mostra-se completamente inseguro em outros assuntos. De acordo com a 1ª e a 2ª estrofes do poema, interprete:
a) Qual a causa da insegurança do eu lírico?
b) Que desafio o eu lírico faz ao Amor?
c) Com base no 4º verso da 1ª estrofe, explique por que o eu lírico julga que será o vencedor desse desafio.

2. Na 3ª e na 4ª estrofes, o eu lírico constrói um raciocínio lógico a partir de uma premissa: não pode haver desgosto onde falta esperança. Interprete: no caso do eu lírico, essa premissa se mostra verdadeira? Justifique sua resposta com elementos do texto.
3. Observe e compare o tipo de verso, o número de versos por estrofe e as rimas dos dois textos.
a) Que tipo de verso foi empregado?
b) Como estão organizadas as estrofes do soneto (texto I)?
c) No soneto, as rimas apresentam a seguinte disposição: ABBA, ABBA, CDE, CDE. Utilizando letras, indique a disposição das rimas do texto II.

4. No texto II, saindo das profundezas do mar, o gigante Adamastor surge inesperadamente diante dos portugueses. Camões criou a figura do monstro para representar o cabo das Tormentas, até então o ponto geográfico mais distante conhecido dos navegantes.
a) O que sentiram os portugueses diante do gigante Adamastor? Que fato, da 4ª estrofe, comprova sua resposta?
b) Reconheça, na 3ª estrofe do texto II, as características do gigante responsáveis pelo que os portugueses sentiram.

5. Releia a 5ª estrofe do texto II. Nela, o gigante compara os portugueses a outros povos, que também se lançaram ao mar.
a) Quem o gigante destaca nessa comparação? Por quê?
b) Relacione essa comparação ao momento histórico e ao espírito nacionalista vivido pelos portugueses no século XVI. Qual é a verdadeira intenção do autor ao criar esse obstáculo para a viagem dos portugueses ao Oriente?

6. Os navegantes do século XV acreditavam em lendas antigas, provenientes da Idade Média. Segundo algumas delas, além do cabo das Tormentas havia fenômenos estranhos, como as águas do mar ferverem e rochas magnéticas atraírem os barcos, que se arrebentavam nas pedras.
Releia a última estrofe do texto II.
a) Que previsões tem o gigante para a ousadia dos portugueses?
b) Em qual dessas lendas Camões se baseou para criar a figura do gigante Adamastor?

Extraído de:
CEREJA, William Roberto. Português: Linguagens: volume 1: ensino médio. 5 ed. São Paulo: Atual, 2005.

15 comentários:

  1. 1. a)O fato dele estar viajando num perigoso e perdido mar.

    b) O eu-lírico fala para o Amor procurar alguma maneira de mata-lo, e de tirar-lhe as esperânças.

    c) Pois ele se acha perfeito, e que não há defeito algum nele.

    2.Não pois de acordo com a afirmação, se há esperança, há desgosto, mas não pode ser verdade pois se há esperança é porque existe fé, vontade e gosto.

    3.a) Decassílabo e Dodecassílabo

    b) Dois quartetos e dois tercetos

    c) ABABACC, DEDEDEFF ...

    4.a) "Arrepiam-se as carnes e o cabelo
    a min e a todos, só de ouvi-lo e vêlo!"

    b) "robusta e válida, de disformes e grandíssima estatura, o rosto carregado e barba esquálida, os olhos encovados e postura medonha e má, e a cor terrena e pálida, cheios de terra e cabelos crespos, a boca negra e os dentes amarelos."

    5.a) O ser humano, pois de acordo com ele, o hoomen comete grandes "coisas" na terra e agora navegam os seus mares, e que o gigante guarda a tanto tempo, e os portugueses ainda acham que estão certos.

    b) Criar mitos ameaçando a vinda para o Brasil, e desencorajando os portugueses.

    6.a) Que o mar e o clima iria atormentar todo o percurso de viagem dos portugueses

    b) Na lenda do monstro do mar

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    1. literalmente fudendo 12 anos depois eu vi a resposta e me ajudou com meu trabalho de literatura, obrigado héroi do passado

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  2. Reespostas boooas *-----------* Obg.

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  3. Vlw muito bom agora passei em português

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  4. ouu obg vlw mesmoo me ajudou bastantee.. bjsss

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  5. vlw respondi um trabalho de português inteiro com essas respostas agora vamos ver se tá certo.

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  6. muito obrigado, mano geral de 2010, 2009 o que eles devem estar fazendo agora?

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  7. vendo o post 14 anos depois
    ajudou pra caramba

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Quem sou eu

Minha foto
Formada no curso técnico de Auxiliar de Escritório no ano de 1996, no Centro Educacional Deocleciano Barbosa de Castro, graduada no curso de Licenciatura em Letras com habilitação para o ensino de Língua Inglesa, Língua Portuguesa e suas Literaturas, na Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Campus IV no ano de 2004, pós graduanda em Metodologias de Ensino da Língua Portuguesa, pela Universidade Gama Filho. Trabalho como professora há 10 anos, tendo iniciado minha carreira na Prefeitura Municipal de Quixabeira, como professora de Inglês no Ensino Fundamental. Nos anos de 2005 e 2006 trabalhei como professora substituta na Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim, com a disciplina Inglês para o Ensino Médio. Em 2007, tendo sido aprovada no concurso para professores do Estado da Bahia, assumi a cadeira de professora de Língua Inglesa no Colégio Estadual Roberto Santos, onde hoje atuo também como vice-diretora. Assumi a disciplina Literatura no Colégio Presbiteriano Augusto Galvão, em fevereiro de 2009, e pretendo abrir as janelas desta incrível arte a todos que por ela se interessem.