segunda-feira, 23 de março de 2009

Estéticas Literárias


Durante a primeira unidade, os alunos da 3ª série do Ensino Médio revisaram as diferentes escolas literárias estudadas nas séries anteriores. É interessante notar que há a alternância de duas visões de mundo diferentes, marcadas pela razão e pela emoção, que poderiam ser identificadas na produção artística ao longo dos séculos. Observem o quadro do livro adotado pela escola, "Literatura Brasileira: Tempos, Leitores e Leituras" da Editora Moderna, página 69, que divide as escolas literárias de acordo com o movimento histórico em que se manifestam.
Com base nos estudos feitos, apontem as estéticas literárias que "dialogam" entre si, apresentando características em comum e exemplificando esses "diálogos".

Navio negreiro - Amistad (para 2ª série do Ensino Médio)

Castro Alves com sua poesia de cunho social denunciava, entre outras coisas, as atrocidades da escravidão. Em sua mais célebre obra sobre esta temática, "Navio Negreiro - Tragédia no Mar", concluído em 1868 - quase 20 anos depois da promulgação da Lei Eusébio de Queiróz - o poeta empenha-se em mostrar o horror a que eram submetidos os africanos na cruel travessia oceânica.
Mais de um século depois, Caetano Veloso musicou o poema e Steven Spielberg produziu o filme Amistad, que conta a história de um destes navios negreiros.
A literatura dessa forma atravessa épocas e permite uma trasformação na sociedade, pois ao olhar para o passado, modificamos como vemos o presente e como construímos o futuro.
No entanto, sabemos que hoje em dia não há mais tráfico de escravos negros oriundos da África. Como então a produção de Spielberg, ao tratar do mesmo tema de Castro Alves, pode provocar esta "transformação" da sociedade? Discutam aqui sobre o tema e postem no blog da equipe um trecho do poema de Castro Alves relacionando com um trecho do filme. Vocês podem também montar um vídeo, como este postado no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=fwRu0MOxfRw




As relações entre diferentes manifestações artísticas

Podemos perceber através de textos e imagens vistos durante nossas aulas que a Literatura enquanto manifestação artística relaciona-se com outras produções como pinturas, esculturas, etc. não só pelas influências da época, mas também atravessando séculos e aproximando obras de diferentes artistas que exploram uma mesma temática.
Como exemplo disto, cito aqui um soneto de Elizabeth Barrett Browning, poeta inglesa do século XIX:

As minhas cartas! Tôdas elas frio,
Mudo e morto papel! No entanto agora
Lendo-as, entre as mãos trêmulas o fio
Da vida eis que retorno hora por hora.

Nesta queria ver-me - era estilo
-Como amiga a seu lado... Nesta implora
Vir e as mãos me tomar... Tão simples! Li-o
E chorei. Nesta diz quanto me adora.

Nesta confiou: sou teu, e empalidece
A tinta no papel, tanto o apertara
Ao meu peito, que todo inda estremece!

Mas uma... Ó meu amor, o que me disse
Não digo. Que bem mal me aproveitara,
Se o que então me disseste eu repetisse...

Percebe-se neste soneto que o eu-lírico manifesta uma relação amorosa através da troca de correspondências. E, as cartas de amor são temas constantes nas artes. Observem este quadro de Vermeer, entitulado Mulher de azul, lendo uma carta (1664):


As manifestações artísticas acima citadas, podem contar uma mesma história apesar dos séculos que separam suas produções: mulheres que esperam e se deleitam com as cartas que recebem. Sobre o tema "cartas de amor" Rubem Alves, cronista brasileiro, afirma:

" Uma carta de amor é um papel que liga duas solidões. A mulher está só. Se há outras pessoas em casa, ela as deixou. Bem pode ser que as coisas que estão nela escritas não sejam nenhum segredo, que possam ser contadas a todos. Mas, para que a carta seja de amor, ela tem de ser lida em solidão. Como se o amante estivesse dizendo: “Escrevo para que você fique sozinha...” É este ato de leitura solitária que estabelece a cumplicidade. Pois foi da solidão que a carta nasceu. A carta de amor é o objeto que o amante faz para tornar suportável o seu abandono. "

Em nossa proposta de trabalho, os alunos da 1ª série do Ensino Médio estão fazendo esta relação para ser apresentada não só no espaço físico da sala de aula, mas também aqui, neste espaço virtual. Após as apresentações vocês, alunos da 1ª série, farão seus comentários sobre os trabalhos que os colegas apresentaram aqui neste espaço.
Sintam-se a vontade para comentar também sobre as obras que aqui foram expostas e, até mesmo relacionar outras obras a elas.

Quem sou eu

Minha foto
Formada no curso técnico de Auxiliar de Escritório no ano de 1996, no Centro Educacional Deocleciano Barbosa de Castro, graduada no curso de Licenciatura em Letras com habilitação para o ensino de Língua Inglesa, Língua Portuguesa e suas Literaturas, na Universidade do Estado da Bahia - UNEB/Campus IV no ano de 2004, pós graduanda em Metodologias de Ensino da Língua Portuguesa, pela Universidade Gama Filho. Trabalho como professora há 10 anos, tendo iniciado minha carreira na Prefeitura Municipal de Quixabeira, como professora de Inglês no Ensino Fundamental. Nos anos de 2005 e 2006 trabalhei como professora substituta na Escola Agrotécnica Federal de Senhor do Bonfim, com a disciplina Inglês para o Ensino Médio. Em 2007, tendo sido aprovada no concurso para professores do Estado da Bahia, assumi a cadeira de professora de Língua Inglesa no Colégio Estadual Roberto Santos, onde hoje atuo também como vice-diretora. Assumi a disciplina Literatura no Colégio Presbiteriano Augusto Galvão, em fevereiro de 2009, e pretendo abrir as janelas desta incrível arte a todos que por ela se interessem.